domingo, 8 de abril de 2018

Reflexão sobre a Carta Magna

Acredito que a Carta Magna era um material utilizado com a melhor das intensões, de forma que os professores pudessem repensar suas práticas pedagógicas e refletissem sobre a participação de seus alunos em sala de aula.Jan Amos Comênio1, considerado o pai da didática; fez praticamente um manual a ser seguido, mesmo sendo em tempos tão distantes dos dias atuais, percebese que a preocupação gerada por ele se mantém a cada ano da trajetória educacional. De acordo com o autor o importante era investigar e descobrir o método segundo o qual “os professores ensinem menos e os estudantes aprendam mais”
 [...]; nas escolas, haja menos barulho, menos enfado, menos trabalho inútil, e, ao contrário, haja mais recolhimento, mais atractivo e mais sólido progresso; na Cristandade, haja menos trevas, menos confusão, menos dissídios, e mais luz, mais ordem, mais paz e mais tranqüilidade.
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 1 Jan Amos Comênio (1592-1670)1. De origem checa, Comênio pertencia a uma comunidade religiosa, que lutava pelo retorno aos ideais da igreja primitiva, descrita no Novo Testamento, baseada na pobreza e na igualdade. Em função das guerras da época e das perseguições religiosas, Comênio passou a maior parte da sua vida no exílio. Professor, pastor e bispo da sua comunidade religiosa, ele teve uma produção literária impressionante, em torno de 150 trabalhos e livros, e ficou conhecido na Europa inteira. A grande obra pedagógica, porém, foi a "Didática Magna" (1657),


“Didáctica significa a arte de ensinar.” 

Coménio (2004), registrou na Carta Magna diz que alguns esforçam-se por arranjar resumos para ensinar, esta ou aquela língua. Outros procuram encontrar métodos mais breves. Outros fizeram outras tentativas. Quase todos por meio de algumas observações externas recolhidas com o método mais fácil, ou seja, com o método prático, isto é, a posteriori, como lhe chamam. Carta Magna  “Nós ousamos promoter uma Didática Magna, isto é, um método universal de ensinar tudo a todos. E de ensinar com tal certeza, que seja impossível não conseguir bons resultados.” 

[...]E de ensinar rapidamente, ou seja, sem nenhum enfado e sem nenhum aborrecimento para os alunos e para os professores, mas antes com sumo prazer para uns e para outros. E de ensinar solidamente, não superficialmente e apenas com palavras, mas encaminhando os alunos para uma verdadeira instrução, para os bons costumes, para a piedade sincera. Enfim, demonstraremos todas estas coisas a priori, isto é, derivando-as da própria natureza imutável das coisas, como de uma fonte viva que produz eternos arroios que vão, de novo, reunir-se num único rio; assim estabelecemos um método universal de fundar escolas universais. Carta Magna 


DOLL e ROSA (2004) mostram dentro da perspectiva da Carta Magna de Comênio quatro elementos fundamentais no ensino da educação: ouvir o aluno; respeitar suas necessidades; aulas mais descontraídas e atrativas; igualdade no ensino; levar em consideração as experiências e percepções do aluno.

As escolas ainda estão focadas nos conteúdos, contudo os professores desmotivados tentando buscar alternativas e ânimo para dar aulas menos maçantes e tradicionais; também não buscam fazer da prática algo que seja prazeroso e intensifique a participação e interesse dos alunos. Porém ainda há àqueles que procuram fazer de seu cotidiano escolar, um local de reflexão; ambiente de troca de saberes; com a esperança de dever cumprido e a certeza que seus alunos sentem vontade em aprender para poder juntos ensinar e construir o conhecimento. Não estão preocupados com o conteúdo e sim, em formar cidadãos que não só querem aprender algo para seguir um ano à frente, mas para poder ir além de suas capacidades e contribuírem de forma significativa na educação.

Referência Bibliográfica

COMÉNIO, João Amós. Didácta Magna: tratado da arte de ensinar tudo a todos. 4. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1996. 525 p;

DOLL, Johannes; ROSA, Russel Teresinha Dutra da. A metodologia tem história. In: _______ (orgs.). Metodologia de Ensino em Foco: práticas e reflexões. Porto Alegre: UFRGS, 2004, p.26-29;

GASPARIN, João Luiz. Comênio ou da arte de ensinar tudo a todos. Campinas: Papirus, 1994. p. 41-42; 
 NARADOWSKI, Mariano. Comenius & a Educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2001.

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