quarta-feira, 30 de maio de 2018

Reflexão sobre avaliação

A compreensão de mundo através da linguagem, levando em consideração todo o contexto social de cada um e também a  interação com os colegas nas propostas pedagógicas sempre de forma investigativa dão suporte a um ensino de qualidade para adultos, porque os fazem adquirir autonomia e reflexão nas atividades que estão realizando. A alfabetização de adultos é muito importante, pois deve ser levado em consideração todas as dificuldades que esta pessoa passou por não ter conseguido ser alfabetizada. É preciso ter um cuidado e respeito para com cada um, pois a vontade e interesse deles dependem muito disso Paulo Freire (1971) enfoca a importância do processo de aprendizado por meio de palavras geradoras que são extraídas da realidade, do cotidiano e das vivências dos alunos, sendo decodificadas para a aquisição da palavra escrita e da compreensão do mundo. Sua proposta está estruturada em três etapas: investigação (interação do docente e educando com o mundo; tematização: consciência do mundo vivido; problematização (transformação crítica do contexto vivido). A partir dos vídeos propostos pela interdisciplina fomos contemplados de forma real como estas três etapas se concretizaram na alfabetização de adultos, seus anseios, conflitos, suas superações e por fim a grande satisfação em estar alfabetizado A proposta de Freire parte do estudo contextual da realidade de cada aluno, neste sentido surgem os Temas Geradores, extraídos da problematização da prática de vida dos educandos. Os conteúdos de ensino são resultados de uma metodologia dialógica. O importante não é transmitir conteúdo específicos, mas despertar uma nova forma de relação com a experiência vivida. A transmissão de conteúdos estruturados fora do contexto social do educando é considerada uma forma de depositar informações de maneira mecânica. Porque não emerge da discussão dialógica. Portanto é fundamental conhecer o aluno. Conhecê-lo enquanto indivíduo inserido num contexto social e pensar e repensar as propostas pedagógicas pois devem estar inseridas neste contexto. 

 Fontes: 
 MADRONI, Helena. Cartilha Meu Livrinho. 5ª Edição. São Paulo: Melhoramentos, 1956. Material fotografado no acervo da Biblioteca da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 
Paulo Freire, Educação como prática da liberdade, 1971; 
 FERREIRA, Lucinete. O contexto da prática avaliativa no cotidiano escolar. In:____. Retratos da avaliação: conflitos, desvirtuamentos e caminhos para a superação. Porto Alegre: Mediação, 2002. p.39-61. 
 LUCKESI, Cipriano. O que é mesmo o ato de avaliar a aprendizagem? Revista Pátio, ano3, n° 12, p.11, 2000. Disponível em: Acesso em 28 mai. 2018.

segunda-feira, 21 de maio de 2018

Escola Democrática

O programa de educação popular do CEDI nos oportuniza com o apoio de programas de escolarização popular, uma visão mais ampla de uma escola democrática; e também sistematiza experiências que procura criar condições necessárias ao avanço do conhecimento neste campo. Uma das questões que a autora Hara (1992) nos chama atenção como problematização central e que merece uma maior sistematização é o da metodologia da alfabetização de adultos. Realmente não se faz uma alfabetização de adultos sem levar em consideração sua bagagem cultural e o meio social de cada indivíduo. Certa vez, tive a oportunidade em um dos estágios de minha primeira formação (Letras/ Português) de vivenciar a prática pedagógica com alunos de EJA, e exatamente neste sentido como a autora coloca. Para ter sucesso nestas práticas é necessário levar em consideração no planejamento pedagógico a experiência prévia que estes educandos têm no processo de escolarização ao qual se realiza. Na época tinha pouco conhecimento sobre o assunto de alfabetização com adultos, pois era o horário que eu podia estagiar, e minha experiência neste ramo era muito escassa, contudo, tenho certeza que se tivesse o conhecimento que adquiri hoje pelo curso PEAD, minhas práticas teriam sido muito mais curiosas e interessantes para o aproveitamento de meus alunos no período de estágio. A autora Hara (1992), nos faz refletir sobre a questão da aprendizagem com o universo adulto e faz relação com as ideias de Paulo Freire que utiliza como base na confirmação de suas evidências. Ao conceber o homem como ser de vocação ontológica para ser sujeito, como um ser de relações atuando na realidade, já se antecipa que, para Paulo Freire, o processo de aprendizagem é dinâmico e ativo. Quando aceitamos que o homem seja sujeito na compreensão do mundo, aceitamos que também o seja na construção do seu conhecimento sobre a escrita, uma parcela do conhecimento social. Paulo Freire entende alfabetização como um ato de conhecimento, no qual "aprender a ler e escrever já não é, pois, memorizar sílabas, palavras ou frases, mas refletir criticamente sobre o próprio processo de ler e escrever e sobre o profundo significado da linguagem". Vemos claramente como para ele aprendizagem da leitura e escrita se coloca como um processo. O trecho seguinte esclarece a relação do alfabetizando com o conhecimento e o papel do alfabetizador: "... sempre vi a alfabetização de adultos como um ato político e um ato de conhecimento, por isso mesmo, como ato criador. Para mim, seria impossível engajar- me num trabalho de memorização mecânica [...] Daí que também não pudesse reduzir a alfabetização ao ensino puro da palavra, das sílabas ou das letras. Ensino em cujo processo o alfabetizador fosse 'enchendo' com suas palavras as cabeças supostamente 'vazias' dos alfabetizandos. Pelo contrário, enquanto ato de conhecimento e ato criador, o processo da alfabetização tem, no alfabetizando, o seu sujeito. O fato de ele necessitar da ajuda do educador, como ocorre em qualquer relação pedagógica, não significa dever a ajuda do educador anular sua criatividade e a sua responsabilidade na construção de sua linguagem escrita e na leitura desta linguagem." Ao saber disso e refletir sobre o conhecimento como uma construção do saber, chega nos ser desafiador e intrigante; quando ainda nos deparamos com práticas metodológicas que segue uma linha empírica e sem um projeto de análise do contexto social de cada educando, este fator ainda ocorre nas escolas e vem nos acompanhando em diversos trabalhos de colegas (trabalhadores da educação), desacreditados do próprio ensino: de suas próprias práticas; não tendo o mínimo de interesse em inovar e trazer a oportunidade de um ensino mais flexível e internacionalista com seus educandos. Com isso, reflito diariamente minhas práticas pedagógicas em que o ensino seja voltado ao público de forma investigativa e levando em consideração toda sua formação como ser humano dentro de seu contexto social. 
 REFERÊNCIAS HARA, Regina. Alfabetização de adultos: ainda um desafio. 3. ed. São Paulo: CEDI, 1992. 

segunda-feira, 14 de maio de 2018

O que devemos por na construção de nossos muros escolares?

Pesquisando na revista APAGÃO NA EDUCAÇÃO- editora editorial; edição 02- Nov/2013 achei interessante este muro construído para uma GESTÃO DE SUCESSO:

Investir na prática de Projetos; estar atento aos anseios das famílias e sociedade; criar um ambiente saudável onde as pessoas gostem de ficar; reivindicar, cobrar e oficializar à mantenedora todas as necessidades da escola; preservar e incentivar o respeito ao diferente; não dar respostas imediatas para situações de conflito; não ter medo de ousar; saber ouvir todos os envolvidos; manter a escola equilibrada financeiramente; ser pró-ativo;saber trabalhar em equipe, oportunizando o crescimento dos parceiros e colaboradores; incentivar a formação dos envolvidos no processo de ensino e aprendizagem; ponderar e refletir antes de tomar decisões; nunca definir nada sozinho, pois a gestão é feita em equipe; o gestor não pode acomodar-se e dar-se por satisfeito, pois a escola é movimento; não permitir injustiças; incentivar o profissionalismo entre os colegas; buscar sempre a ajuda da comunidade escolar; estar com um pé na sala de aula e outro na sala dos professores e funcionários...

A Escola que sonhamos infelizmente não é perfeita, tem conflitos, dificuldades financeiras; muita desmotivação e principalmente falta de planejamento. No entanto, se refletirmos nossa postura pedagógica e percebermos que há uma construção e que ela deve ser flexível, pois à medida que os problemas vão surgindo, não devemos aceitar, porém, devemos adaptarmos à nossa realidade e não desistir de solucioná-los, porque nada se constrói se não estivermos dispostos a trabalhar para as etapas se concluírem.


segunda-feira, 7 de maio de 2018

Como seria uma avaliação justa?



A avaliação deve ser vista de forma constante pelo professor; deve levar em consideração toda a postura do aluno; sua participação; reflexões e não somente os números classificatórios e quantitativos de uma prova ou trabalhos. O processo de aprendizagem é algo que vai sendo construído ao longo do trimestre e suas etapas são importantes para uma boa avaliação. A avaliação mediadora, por conseguinte consiste num processo educativo amplo que só ocorre por meio da ação-reflexão, para a busca do conhecimento construtivista, considerando a prática pedagógica na escola, a relação entre ensino e a aprendizagem, entre o programa e os objetivos e a relação professor-aluno, levando-se em conta os dados qualitativos e todo o percurso do aluno; bem como suas habilidades e dificuldades.

Luckesi (1995) nos permeia a reflexão sobre um ensino mais diagnóstico e não tão avaliativo. Segundo Ferreira (1992) diz que o cotidiano escolar está todo permeado por esta prática avaliativa que se distanciou da função diagnóstica ou formativa.

O que é considerado uma grande verdade, pois ainda temos que sujeitar nossos alunos à provas e estabelecer notas /conceitos para suas aprendizagens; que particularmente não acredito poderem ser aferidas dessa forma, é muito mais complexo este avaliar para ser algo justo, no entanto o Sistema ainda está cercado desta postura cheia de números e formas avaliativas por quantidades e classificações.

A qualidade do ensino também depende da avaliação, por que o aluno também espera ser avaliado de forma que estes números possam mediar seu potencial e conhecimento, contudo acredita-se que esta rotina deva mudar e estabelecer novas formas de avaliar o aluno, até por que cada um possui seu tempo de aprendizado que não é igual para todos.

REFERÊNCIA

FERREIRA, Lucinete. O contexto da prática avaliativa no cotidiano escolar. In:____. Retratos da avaliação: conflitos, desvirtuamentos e caminhos para a superação. Porto Alegre: Mediação, 2002. p.39-61.

LUCKESI, C.C. Avaliação da aprendizagem escolar. 14. ed. São Paulo: Cortez, 2002